domingo, 30 de janeiro de 2011

Você nunca vai saber crescer, Antônia Caroline.

Crescer, envolve dor.
Dor é ser tratada como opção, como uma coisa sem importância. Dor é ter que aceitar e compreender tudo. Dor é ter que se fazer de feliz, ter que fazer de conta que compreende, dor é ser esquecida e trocada. Dor é ver que todo mundo têm alguém, e que você, é só mera distração na vida das pessoas.  Dor é ver as pessoas pensarem que você é dramática, quando, na verdade, não sabem da metade das coisas que passam pela sua cabeça.
Porque, ninguém sabe. Sobre o que realmente interessa você é fechada. Você não fala, você guarda pra si, você vive um mundo à parte. Um mundo onde as pessoas são boas, onde as coisas acabam realmente bem e felizes. Ninguém sabe o que você pensa, afinal, você é mero cenário, se mistura facilmente com a paisagem. Ninguém está realmente preocupado.
Você  aprendeu que tem que ser fechada, que seus pensamentos não são exatamente o que as pessoas querem ouvir, querem saber. Você sabe que as pessoas mentem, você já se machucou por conta disso.
Algumas pessoas dizem que se importam, que te amam, que nunca vão te machucar, dizem que morreriam por você. As pessoas mentem.
Você sabe que tem que aprender a lidar com a dor, e que tem que crescer. Sabe que tem que largar seu mundinho fantasioso, você tem ciência disso. Mas você não sabe se tem coragem pra isso. É difícil.
Nem todas as coisas são como você quer que sejam. Mas você pensou que fossem. De novo, você esqueceu que tem que crescer, e, no mundo dos adultos, é cada um por si. Mundo difícil...
Você quer voltar pra infância, porque nela, só se doía a dor física. E, mesmo ela estando logo ali, em outra esquina, desde que você mudou de rua, as coisas mudaram drasticamente.
Você não sofre, você faz drama. Porque, realmente, ninguém se importa, nem nunca se importará. E, você é fechada, Antônia Caroline, você nunca vai abrir seu mundo e seu coração pras pessoas. Você é fechada, Antônia Caroline, seus pensamentos são só seus. Você é possessiva, e você é uma ingênua, Antônia Caroline.

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