quinta-feira, 29 de abril de 2010

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" -Com que frequência?- perguntei casualmente.

-Hmmm? - Ele deu a impressão de que tinha sido arrancado de uma sequência de pensamentos.



Eu ainda não tinha me virado.

-Com que frequência você veio aqui?

-Venho aqui quase toda noite?



Eu girei atordoada.

-Por quê?

-Você é interessante quando dorme (...)-Você fala.


-Não ! -arfei (...). É claro que eu sabia que falava dormindo, minha mãe brincava comigo sobre isso. mas não achei que fosse uma coisa com que precisaria me preocupar aqui.


Sua expressão mudou de imediato para o pesar.

-Está com raiva de mim?

-Isso depende!- Eu sentei , e parecia, que minha respiração fora arrancada de mim.

Ele esperou.

-De?-insistiu ele.

-Do que você ouviu!- eu gemi.

No mesmo instante, silenciosamente, ele estava do meu lado, pegando minhas mãos com cuidado.


- Não fique chateada!-pediu ele. Ele baixou o rosto a nível de meus olhos, acompanhando meu olhar. Fiquei sem graça (...).

Você sente falta da sua mãe-sussurrou ele-lamenta por ela. E quando chove, o som a deixa inquieta. Você costumava falar muito de sua cidade, mas agora é menos frequente. Uma vez você disse : "É verde demais". - Ele riu baixinho, esperando, como pude ver, não me ofender ainda mais.

-Mais alguma coisa?-perguntei

Ele sabia que eu estava chegando lá.

-Você disse meu nome-admitiu ele.

Suspirei, derrotada.

-Muito?

-O quanto chama de "muito" exatamente?

-Ah, não !- baixei a cabeça.

Ele me puxou de novo para seu peito, delicada e naturalmente.

-Não fique constrangida- (...)- Se eu pudesse sonhar seria com você. Não me envergonharia disso."


Pgs : 214, 215 e 216.



(...) Eu lutei todas as noites, enquanto via você dormir, com o abismo entre o que eu sabia que era CERTO, moral, ético, e o que eu QUERIA. Sabia que se continuasse a ignorá-la, como devia fazer, ou se me afastasse por alguns anos, até que você fosse embora, um dia você diria sim a Mike, ou a outro igual a ele. Isso me deu raiva.
Ele sussurrou:

-E então, enquanto você estava dormindo, disse meu nome. Falou com tanta clareza que no começo pensei que estivesse acordada. Mas você se virou inquieta e murmurou meu nome mais uma vez, e suspirou.
A sensação que me tomou foi enervante, foi perturbadora. E eu sabia que não podia mais ignorar você.
Ele ficou em silêncio por um minuto, provavelmente ouvindo o martelar súbito e irregular do meu coração (...).


Pg. 222

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